E se você tivesse só 12 cliques?

Certe vez, num bate papo com o grande fotógrafo José Medeiros, o Zé, ele contou como era trabalhar numa redação de jornal na época da fotografia analógica (pelo menos no Mato Grosso era assim!). Você recebia um filme de 12 poses para cobrir 3 matérias no mesmo dia. Quando fosse fotografar uma reportagem especial, que fosse pra ser a capa do jornal, aí podia abusar e usar o filme todo. Rsrsrsrs

Eu, sem frescura, me orgulho de ter dado os primeiros cliques numa Pentax K1000, ainda nas aulas de Introdução à Fotografia, no curso de Rádio e TV com o professora Kátia Meireles na UFMT. E depois, no semestre seguinte, ter sido seu monitor no laboratório de revelação, auxiliando as demais turmas no processo de carregar o filme no rolo, revelar o filme, escolher e ampliar as fotos. Daquela época, preservo basicamente o saber fotometrar, uma vez que não se pode ver a foto na mesma hora do clique.

Com a pergunta do título em mente e a vontade de me desafiar, resgatei a antiga câmera analógica que ganhei usada de um amigo e que uso nos cursos de fotografia, carreguei-a com um filme Konica 100 vencido em 2007 (!), e parti acompanhar a esposa numa visita técnica à uma antiga estação ferroviária em Rio Dourado, distrito de Casimiro de Abreu/RJ (127 km da capital), para a minha reportagem especial.

A seguir, os "12 cliques" que renderam 14 fotos na minha reportagem especial.

Na estrada

Ao fundo, ponte por onde passava o trilho da estrada de ferro

Vista parcial da frente da Estação Rio Dourado

Janela da bilheteria

Detalhe da parede

Placa indicativa da posição da estação no trilho (em kilômetros)

Atual morador da antiga casa de turma. Primeira tentativa.

Segunda tentativa

Seu Gabriel, ex-ferroviário, cresceu brincando ao redor da estação

A câmera, uma Praktica MTL3 é alemã, foi produzida entre 1978 e 1984, e está com uma infiltração de luz pela tampa traseira (veja as manchas claras à esquerda das fotos). Já a lente, uma Pentacom 50mm f/ 1.8, está travada na abertura máxima e tem alguns arranhados. Porém, continua funcionando. Bom pra mim, bom pra ela.

Meu reencontro solo com os workshops

Quase três anos me separam desde a ultima postagem neste blog. De setembro de 2009 a outubro de 2010, nas 37 postagens no período, Márcio Trevisan e eu, pudemos compartilhar um pouco do nosso trabalho como fotógrafos profissionais (aqueles que fazem da fotografia sua forma de ganhar a vida). De fotos de casamento, passando por aniversários, festas de empresas e premiações, books de moda e gestante, esportes e natureza, publicidade, gastronomia, jóias e roupas, posso dizer que fizemos "de um tudo"! (rsrsrsrs) E tenho muito orgulho disso. Foi um período muito intenso, de muito aprendizado e desafios, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da habilidade de empreender. E isso, carregarei pro resto dos meus dias.

Nessas idas e vindas, de evento em evento, era inevitável que nos pedissem dicas e orientações sobre como fotografar essa ou aquela situação, qual câmera comprar, se tal lente é boa, e por aí ia. Daí a engatar-mos o primeiro workshop foi um pulo. Nunca vou me esquecer daquele dia chuvoso, de trânsito super engarrafado, nós quase nos atrasando para chegar ao local do curso e o coração saindo pela boca. Sobrevivemos. Em quase quatro anos, já foram workshops de fotografia abertos ao publico e workshops corporativos, totalizando 12 turmas.

Nesta segunda (07), um ano após a ultima turma (ainda em Cuiabá), eu agora vivendo em São Pedro da Aldeia, região dos lagos do Rio de Janeiro, concluí minha primeira turma de fotografia básica dando aula sozinho. Como inedição pouca é bobagem, a turma era formada por professores e alunos da rede publica municipal. Foi a primeira vez que expus minha didática à quem manja de sala de aula, e, a julgar pelo que disseram na avaliação sobre o curso, eu me saí bem. Eu, a julgar pelas fotos deles, digo o mesmo. Aline, Ana Maria, Berenice, Esther, Fernanda, Luan, Lucimar, Mara, Marizangela, Nilcelene, Rayssa, Rejane, Vilma e Yago, obrigado pela cumplicidade e até a próxima.

Para mais informações sobre meu workshop de fotografia, clique aqui.

Um abraço e a gente se verde.