março 25, 2016

Inclusão e acessibilidade para deficientes visuais

Manoel Pinto de Moraes, 46 anos, é instrutor de braile na Biblioteca Pública Estevão de Mendonça, em Cuiabá. Foto: Junior Silgueiro

"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma." E foi com essa ideia fixa, que o francês Louis Braille, com apenas 15 anos de idade, desenvolveu o sistema de leitura com o tato para deficientes visuais: o braile.



Estima-se que a cada 5 segundos uma pessoa se torna cega no mundo. Desse total, 90% ocorrem nos países emergentes e subdesenvolvidos. Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total, 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos) e 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal).

Pelas minhas contas, existem no Mato Grosso mais de 115.000 deficientes visuais. Somente após essa introdução é que me dou conta da relevância da reinauguração da Biblioteca Pública Estevão de Mendonça e das ações de inclusão social e acessibilidade às pessoas com deficiência ao local.

A biblioteca conta hoje com um acervo de aproximadamente 6 mil volumes em braile e centenas de arquivos em áudio, além de uma impressora de livros em braile e um scanner que transforma as obras escritas em áudio. Tudo isso, para "inserir o deficiente na era da comunicação", como me disse o Manoel, instrutor de braile na biblioteca desde o ano passado. Manoel, que perdeu a visão aos 6 anos de idade, me conta, enquanto escreve, que "o braile não é só pras pessoas deficientes visuais, mas também pras pessoas que enxergam normal, pra que possam se comunicar através de um processo de escrita e leitura universal, que é o braile."


Biblioteca Pública Estevão de Mendonça é reaberta em Cuiabá. Foto: Junior Silgueiro


Biblioteca Publica Estevão de Mendonça reabre e oferece agora empréstimo de livros. Foto: Junior Silgueiro


Identificação em braile do acervo, em todas as prateleiras. Foto: Junior Silgueiro


O Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres se indicam por pontos em alto relevo. Foto: Junior Silgueiro


O Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres se indicam por pontos em alto relevo. Foto: Junior Silgueiro


Manoel lê braile. Foto: Junior Silgueiro


Secretário de Cultura de Mato Grosso, Leandro Carvalho, experimenta e leitura em braile. Foto: Junior Silgueiro


Livro em braile. Foto: Junior Silgueiro


Código de Defesa do Consumidor impresso em braile. Foto: Junior Silgueiro


"A menina que roubava livros", edição em braile. Foto: Junior Silgueiro



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